O Vimaranense, Rui Bragança, sagrou-se este sábado, dia 19, novamente campeão nacional de taekwondo, revalidando o título, em seniores, -63 quilos.
O atleta que representa o Benfica venceu a competição que decorreu no Pavilhão Multiusos CDR Águias Unidas, no Seixal, esta que foi a sua primeira competição desde os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.
Em conversa com O Atleta, o taekwondista, afirmou que “foi bom voltar a competir em Portugal, porque já não o fazia desde 2016. Foi bom voltar a reapresentar o Benfica e dar ao clube mais um título nacional, e começar o ano e a época pós jogos sem dúvida que foi bom”.
Depois de dois anos em pandemia, em que Rui Bragança, e que competiu nos Jogos Olímpicos, o atleta do Benfica, confirmou continuar a treinar, “tivemos aquela pausa depois dos jogos, mas já voltamos a treinar há muito tempo, era para termos saído até antes, mas entre o Covid e ‘coisas assim’ não nos foi permitido saídas mais cedo, e daí também aproveitar agora o Nacional para fazer a primeira prova e para termos noção a como estamos a nível doméstico, para quando voltarmos a ir para fora, irmos com algumas referências”, confessou o taekwondista.
Apesar de se querer qualificar para os Jogos Olímpicos de 2024, em Paris, o atleta confessa que quer levar caminho sem pressas, dizendo também que irão haver muitas mais provas entretanto, como o Campeonato Europeu agora em Maio.
“Os princípios do Taekwondo são cortesia, integridade, perseverança, auto domínio e espirito indomável, estes são os princípios da arte marcial, mas claro que, ao haver uma vida de atleta de alta competição temos que ir adotando outro tipo de princípios, e a verdade é que o desporto passa a ser a base da nossa vida, não só nos podemos reger pelas regras da arte marcial, como pelas do desporto, como também criamos para a nossa vida.” Declarou.
À pergunta de como foi voltar a reativar este título de Campeão Nacional, Rui, entre risos, afirmou que “depois de se estar a competir no estrangeiro, e ter títulos europeus e mundiais, é claro que ganha uma dimensão diferente, mas não deixa de ser um título nacional e é sempre importante, especialmente para o clube que também é muito importante”, o mesmo afirmou que apesar de já ter um belo conjunto de medalhas arrecadadas, “eu não compito à espera de medalhas, ou para ter um limite mínimo de medalhas, é algo que vem como ‘consequência’ do trabalho, de continuar a combater. Honestamente nem sei qual a quantidade de medalhas é que já tenho, portanto não posso ficar preocupado a quantas é que quero chegar”, e que apesar de tudo aquilo que já alcançou, diz, com bastante otimismo, que a sua maior conquista até aos dias de hoje é o seu filho.
Aquando lhe perguntado o que foi o mais difícil, até aos dias de hoje o atleta afirma que é ainda não haver o reconhecimento para as artes marciais, especialmente, o taekwondo, a falta de organização das estruturas, e que depois há as dificuldades a nível pessoal, como os treinos, e o conciliar tudo na sua vida, dizendo que “é com muito planeamento, com a ajuda da minha família, treinadores, colegas de treino, e tudo se consegue ir fazendo com vontade.”
Confessa que estava à espera de ser campeão, mas garantindo que poderia haver sempre uma surpresa ou outra, “o nível em Portugal, infelizmente, ainda não é alto o suficiente para o nível que eu e os meus colegas estamos habituados a competir. Somos os únicos que temos andando lá fora, a arrecadar medalhas e vitórias fora, por isso teria sido uma surpresa ter alguém que pudesse desafiar-me a conquistar o título, e neste caso infelizmente estava à espera”, frisando, “o nível do Taekwondo a nível nacional não é suficientemente grande para pôr isso em causa, por isso é que digo infelizmente.”
Agora é só esperar pelo Europeu e ver o que este atleta, natural de Guimarães, irá alcançar!