A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) avisou várias federações desportivas da necessidade de rever o plano de patrocínios, a menos de um ano dos Jogos Olímpicos Paris’2024.
A justificação para este corte prende-se com “a conjuntura económico-social que se vive” que conferiu “novas exigências sociais e financeiras à SCML no que diz respeito ao apoio das populações mais vulneráveis”.
O secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Correia, pediu urgentemente uma reunião com a provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML).
“A SCML informou as federações que se encontra a rever o plano de patrocínios aos eventos desportivos, preparando-se para cortar no apoio aos referidos eventos”, escreveu na sua página no Twitter, acrescentando: “Trata-se de uma política de apoio que cumpre na íntegra a missão da SCML, assente no relevante papel social do Desporto. Por outro lado, esta decisão é anunciada a menos de um ano dos jogos Olímpicos e Paralímpicos, provocando maiores impactos ao setor.”
Também o presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), José Manuel Constantino disse recear que a SCML se limite a cortar nas verbas atribuídas a várias federações desportivas, a menos de um ano de Paris’2024.
“Não tenho exata noção da dimensão do corte que estamos a falar, mas, salvo melhor opinião, estamos a falar, tão só e apenas, dos patrocínios que o departamento de jogos da Santa Casa tem tido junto de algumas federações desportivas, numa parte significativa federações com participação olímpica”, referiu em declarações à Agência Lusa.
Vítor Félix, presidente da Federação Portuguesa de Canoagem (FPC) diz ver com “muita preocupação” o anúncio da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa de cortes nos patrocínios a partir de 2024, que deixa as federações em “situação ainda mais difícil”.
A Federação Portuguesa de Judo (FPJ), na pessoa do seu presidente, Sérgio Pina, mostrou-se preocupada com uma perda do apoio financeiro da Santa Casa à modalidade e quando todas as verbas têm impacto na gestão corrente do organismo.
“Não dá para perceber bem se é só corte ou se é uma quebra total do apoio financeiro que normalmente dá à FPJ. Estamos em vésperas de ano olímpico e é uma verba que é sempre considerável”, assinalou Sérgio Pina.
A Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) também reagiu. “Mais do que o quantitativo, o valor simbólico é que é preocupante para muitas federações envolvidas neste hipotético corte. Representa uma desvalorização para o desporto”, observou o presidente Jorge Vieira.
*com Agência Lusa